A Escola Alemã Algarve participou na cerimónia do Volkstrauertag (em memória de todas as vítimas de guerra e violência) com a leitura dois poemas sobre a paz, em alemão e em português, para lembrar a todos que não existe uma alternativa à coexistência pacífica e ao respeito pelo próximo.

Todas as crianças da Terra – Poem de Sidónio Muralha.

Um capacete de guerra tem um ar carrancudo
Muito mais bela é uma flor
Uma flor tem tudo
para falar de paz e de amor.

Mas se virarmos o capacete de guerra
ele será um vaso, e é bem capaz
de ter uma flor num pouco de terra
e falar de amor e de paz.

A paz é uma pomba que voa.
É um casal de namorados,
São os pardais de Lisboa
que fazem ninho nos telhados.

E é o riacho de mansinho
que saltita nas pedras morenas
e toda a calma do caminho
com árvores altas e serenas.

A paz é o livro que ensina.
É uma vela em alto mar
e é o cabelo dá menina
que o vento conseguiu soltar.

E é o trabalho, o pão, a mesa,
a seara de trigo, ou de milho,
e perto da lâmpada acesa
a mãe que embala o seu filho.

A paz é quando um canhão
muito feio e de poucas falas
sente bater um coração
e dispara cravos, em vez de balas.

E é o braço que dás
no dia em que tu partires,
e as gotas de chuvas da paz
no balanço do arco-íris.

É luar de lua cheia
tocando as casas e a rua,
são conchas, búzios na areia,
a paz é minha e é tua.

É o povo todo unido
no mundo, de norte a sul,
e é um balão colorido
subindo no céu azul.

A paz é o oposto da guerra,
é o sol, são as madrugadas,
e todas as crianças da terra
de mãos dadas, de mãos dadas,
de mãos dadas.

Der Frieden - Gedicht von Eva Rechlin

Die Angst vor Streit und Hass und Krieg
lässt viele oft nicht ruhn.
Doch wenn man Frieden haben will,
muss man ihn selber tun.
Der Frieden wächst, wie Rosen blühn,
so bunt, so schön und still.
Er fängt bei uns zu Hause an,
bei jedem, der ihn will.
Vom Frieden reden, hilft nicht viel,
auch nicht, dass man marschiert.
Er kommt wie Lachen, Dank und Traum,
schon wenn man ihn probiert.
Man braucht zum Frieden Liebe,
natürlich auch Verstand,
und wo es was zu heilen gibt,
jede Hand.